"Disse a flor para o pequeno Príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três lagartas se quiser conhecer as borboletas." (Antoine Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe)


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Coaching

Hoje tive 'alta' do coaching...
Foram 10 meses de uma experiência ótima, um tanto quanto inexplicável...
Pra começar eu fiz uma faxina GERAL no meu quarto depois de 8 anos, sendo que a anterior só havia feito porque mudei...
O que me levou a acreditar que a faxina era importante?
Não sei bem, mas acho que a confiança que tenho nele e a vontade enorme de mudar e de fazer dar certo.
E deu!
A faxina foi só um fato palpável do processo todo, as mudanças foram mais intrínsecas, nas raízes... e aos menos perspicazes pareceu apenas um novo corte de cabelo!
Aprendi a encurtar a distância entre constatar, pensar  e agir.
A ter metas atingíveis antes das inatingíveis, mas essas também me pertencem, basta eu querer e fazer acontecer.
Aprendi a tirar proveito das situações, mesmo das piores e quando não há mais o que fazer, lembrar que "é apenas um inconveniente".
Aprendi a classificar por relevância e respeitar a relevância da minha FIB (felicidade interna bruta).
Aprendi também que posso empreender... que meus sonhos não precisam ficar só lá nas nuvens do meu outro mundo...
Enfim, me fez colocar em prática a máxima "tomar a vida nas próprias mãos" e me assumir a principal responsável pelos meus fracassos e sucessos, e pela minha felicidade. E como eu já tinha aprendido antes: EU SOU! Definitivamente!

Minha conclusão: Se eu quero ver o cata-vento girar, não preciso esperar pelo deslocamento do ar, basta soprar!

Valeu, Ale!

domingo, 18 de outubro de 2009

respira fundo 3x

veio de novo aquela tristeza...
aquela que dizem que é o futuro entrando na nossa veia e temos essa sensação apenas porque é novo, porque ainda não sabemos o que fazer com essa tal novidade que sequer sabemos ainda o que é!
mas além disso eu sou ansiosa, então não me conforta só saber que a tristeza vai passar assim que o futuro chegar e passar a fazer parte de mim, tenho pressa e me falta ar pra ter paciência e esperar...
o que mais de novo pode acontecer?
o que estará por vir?????
mais que a ansiedade, acho que o que me consome mesmo é essa minha curiosidade!
eu preciso saber!
como é difícil ter calma e deixar acontecer...
respira borboleta, respira fundo...
e acredite!
já já suas asas estarão em ares conhecidos e o voo será tranquilo novamente!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ser tia...

Dizer que é um sentimento inexplicável parece piegas, mas quem já sentiu vai me entender, ainda mais aqueles que são tios sem serem pais...
Parece um teste pra ver se você vai dar conta, mas dar conta só do amor imenso, sem fraldas e choros de madrugada!
O ser se torna algo único e mágico capaz de te tirar da cama as 5h30 da manhã em pleno Domingo com sorriso no rosto.
Aqueles papos chatos de mães sobre as peripécias de seus rebentos viram os assuntos mais esperados da semana, e você não vê a hora de contar as suas experiências de TIA, que é quase tão importante quanto a mãe!
Tia... Tia Carol! Soa tão bem saindo da boquinha pequena e perfeitamente desenhada da nova princesinha da casa!
Pois é, até o meu posto de princesinha eu renunciei por ela!
E já até fizemos uma versão da "minha" música, desta vez só pra ela mesmo:
"Oh coisinha tão bonitinha do avô, o coisinha tão bonitinha da tia!
Você vale ouro, é o nosso tesouro e te amamos da cabeça aos pés"
Que ela já logo saiu cantarolando, toda prosa e cheia de si...
É claro que o pai acha que a gente vai estragar a menina, ela nem fala mais "oi" já chega com o "cadê meus presentes?" e logo emenda um "tem mais?"
Até concordo que não podemos exagerar, mas quer saber... ainda tenho muito crédito pra descontar os 5 anos sem mimos... ainda mais depois de ouvir espontaneamente: "ficou lindo seu cabelo novo, tia Carol". Sem contar o manuscrito indecifrável que ela diz ter escrito "Adoro a Tia Carol". Dá pra resistir?
Agora preciso me inteirar sobre as novas aventuras da Barbie, com As Princesas e a Pucca, além de assistir os BackYardigans, High School e etc...
Afinal eu sou a Tia Carol e a Tia Carol sabe tudo!

Saudade? Fome? ou Pressa de viver?



Li esse trecho da fantástica Clarice Linspector no blog da amiga (www.bharatinha.blogspot.com) há pouco:
"Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
...
Incrível, era exatamente o que o anjinho estava tentando me explicar... é só saudade!
Mas saudade nunca é SÓ.
É tão urgente quanto a fome!
E que fome!
Acho que dessa vez vou precisar de alguns petiscos...
:(

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O dia que as FARC tentaram sequestrar Jackie O*.


Devíamos ter desconfiado...
A TicaDaPousada1* nos indicou o passeio "ban de djeep, é ben más dibertido, é rápido, so duas hôrinhas, a paissaigen é linda, bale a pena, bou resserbar para bocês". Estranho1: 2h é rápido???
No dia seguinte a TicaDaPousada2* confirmou as reservas "está tudo certo, bocês so precisan ir de carro agora, o más rápido possíbel, que já estan esperando" - Estranho2: ir o mais rápido possível? mas o jeep só sairia dali meia hora...
E no quiosque marcado a TerceiraTica* "non tien perigo nenhum, mira que linda a foto da praia que ban conocer, una das dez más bonitas do Brassil, so ban precisar de repelentes lá na praia, no caminho non precisa porque é tranquilo, bocês so ban parar para algunas fotos e nada más, o djeep de bocês é un azul, olha lá, chegou, bom passeo"
E nós ainda agradecemos!
O motorista nos acomodou na jardineira (é, porque na minha terra Jeep é outra coisa) e se apresentou: "bom dia, meu nome é Armando/Arnaldo - sempre confundo esses nomes... melhor, assim não preciso trocar - vou levar vocês até a praia de Castellanos - Estranho3: praia com esse nome no Brasil?!?! Essas ticas, sei não... - o passeio leva em torno de 2h, vamos parar para fotos no caminho - ouvi um gritinho 'oba! fotos' mas na hora não a reconheci - e se a volta estiver muito cheia sairemos de lá mais cedo e paramos numa cachoeira daqui mesmo". Estranho4: Cachoeira? Que cachoeira?????
Todos acomodados, ronco do motor e jardineira na trilha!
Depois da 3a. foto já estávamos íntimas, Jackie* nos contou sua árdua e brilhante trajetória até o estrelato e logo se identificou com Sorri* que tem o mesmo espírito aventureiro e desbravador, e foram registrando todos os momentos e valetas do caminho, enquanto Elaine* depois de meia hora se cansou de tanta aventura, e queria mesmo que tudo acabasse logo e o desanimo só aumentou quando Arnaldo/Armando anunciou que só tínhamos passado por 1/4 da trilha... e eu, bem, eu já estava pra lá de qualquer lugar na segunda chacoalhada, só conseguia pensar no banho de mar que me esperava... e que quase cansou de esperar...
A natureza é linda, e o contato com a mata nativa é muito revigorante, mas concordo com a Elaine, não precisava tanto...
Atolamos, entalamos, empurramos, fomos empurrados, resgatamos e era lama e valeta que não acabava mais.
Foi quando Elaine, exausta de tanto sacolejar, viu que não tinha sinal nenhum no celular e realizou então o que estava acontecendo: "Não é normal, ninguém vem pra cá de livre e espontânea vontade, isso só pode ser um sequestro, estão nos levando para o acampamento das FARC"
oooooohhhhhhhh...
E com toda sua inteligência e experiência em relações internacionais bolou um plano:
"Vamos fazer um toilet de cangas, para nos disfarçarmos e confundi-los, depois a gente enche aquelas crianças de biscoito maisena e, aí sim, os pais não vão nem lembrar que elas existem, e a gente se divide para interagir com os outros jeepeiros, porque podemos precisar de carona, e continuar fotografando e registrando tudo, mas antes vamos gravar um depoimento em código Morse para nossa amiga PatricinhaDeBeverlyHills*, assim ela saberá como agir quando pedirem o resgate"
Depois de mais uns 6/4 (ou na casa do Armando/Arnaldo os quartos são enormes ou a lama me fez perder a noção de tempo) chegamos à praia...
Ok, bonita, mas...
O sol já tinha partido, a água estava um gelo, engolimos umas lulas, uns peixinhos e uns camarões e tivemos que sair correndo...
Elaine astuta logo percebeu o envolvimento de Walter/Wilson - outro nome que tenho dificuldade - na trama, todo cheio de segredinhos com Arnaldo/Armando, certamente acertando os detalhes do cativeiro.
Finalmente, graças aos seus contatos internacionais, Elaine conseguiu avisar a Cia e o FBI da nossa situação e logo tinha um iate a nossa espera, só precisávamos de uma lancha pra chegar até ele...
Não foi difícil convencer as velhinhas que o "djeep era muito más dibertido, seguro, sem mosquitos, uma viagem tranquiiiiiiila" - hehehe
Enquanto isso Sorri e Jackie, alheias à realidade continuavam no registro de seus melhores ângulos com a melhor paisagem!
Pagamos logo a conta antes que Wilson/Walter desse pela nossa falta, e corremos para o bote com motor (é, porque na minha terra lancha é outra coisa), mas não a tempo de escapar da chuva, ou melhor tempestade... de abelhas...
Quando achávamos que o pior já tinha passado...
Mais tormenta, solavancos, mar revolto, ou melhor: alto mar revolto com tempestade de abelhas!
E o marinheiro para se divertir, quando já estávamos bem molhados, resolveu distribuir capinhas de chuva... que mais pareciam bonecos de posto, ao vento, impossíveis de vestir, que serviram apenas para cobrir as bolsas e evitar que nossas máquinas molhassem, menos a de Jackie, mesmo não sendo à prova d'água ela continuou incansável e inabalável registrando cada guinada do barquinho.
Mas afinal ela não tinha o que temer, sua fiel amiga Elaine, a verdadeira vencedora de "No Limite da Ilha" é uma expert, inclusive, na arte de auto-defesa contra tubarões e ainda nos deu uma aula: "basta dar-lhe um chute no focinho e puxar-lhe as guelras, assim ele perde o senso de direção".
Pronto!
Sãs e salvas, descobrimos que ainda estava incluso no pacote uma noite na cabaninha da montanha e para chegar lá era só saltar de pára-quedas do penhasco ao lado!
Mas resolvemos deixar para a próxima... a imprensa estava a nossa espera para a coletiva!

E como este mundo é justo, olha a nossa recompensa:

...que depois de tanta emoção... ficou ainda mais valioso!

P.S.: transcrição do recado que Jackie gravou para a amiga PatricinhaDeBeverlyHills: "olha amiga, bobagem alugar esses Jeeps, pode vir com a sua Eco que é tranquila a trilha, aliás, aqui só tem gente bonita, bem vestida, champanhe a rodo, o curral ficou pra trás, o auge é aqui agora, na praia de Castellanos com paella, arroz, mariscos, um luxo só, pode vir amiga, você vai amar!"

;-)

*os nomes dos personagens foram trocados para preservar suas identidades

terça-feira, 13 de outubro de 2009

De volta à Ilha...

Tudo começou com um casamento de última hora, em pleno feriado e, como eu estaria à toa mesmo, resolvi satisfazer um desejo antigo da Sorri*: conhecer Ilhabela!
Depois da gincana que foi sair do RJ e chegar a SP - chuva, aeroporto fechado, taxis esnobes, disputa por um pedaço de chão e de folhado, invasão de avião, resgate de malas, taxista perdido - e ainda chegar linda (com minha produção!), sorrindo e a tempo do casório, a amiga bem merecia um belo descanso na Ilha!
E assim foi, até...
Fizemos uma viagem tranquila, chegamos tarde da noite, a tempo só de um lanchinho pra forrar o estômago e dormir feliz.
A pousada era super justa: limpinha, pé direito enorme, TV nas alturas e uma ducha quase melhor que a de casa.
Domingo de sol na Armação, casquinha de camarão no Viana, cafezinho no Ponto das Letras, comprinhas na Vila, jantar com frutos do mar no Deck... Ai ai...
Tudo muito calmo, até...
Até... Sorri ter uma ideia (que na hora me pareceu ótima):
"- vamos fazer um passeio de barco amanhã?
- vamos, claro!"
E pensei: é mesmo, por que nunca pensei nisso?
Agora eu sei por quê eu nunca tinha pensado nisso...
E teria sido um lindo e pacato final de semana de praia, descanso e boa vida na Ilha, até...
Até... As FARC tentarem sequestrar Jackie O*.
Mas isso já é uma história pro próximo post!

Enfim, o feriado não poderia ter sido melhor, e o passeio fatídico nos trouxe as capixabas incríveis que depois da coincidência da fila - coisas que só acontecem com a Sorri "estamos no final da fila e vocês? também? olha pra trás? hahahahaha" - tenho certeza que ficarão pra sempre!

P.S.: foi a melhor fila de balsa, ever!

*os nomes dos personagens foram trocados para preservar suas identidades